Nesse mesmo lugar, nessa mesma hora eu me lembro de minhas velhas idades. Havia felicidade, havia liberdade. Quando tudo o que você fazia havia um concerto.
Nascemos com uma borracha gigante, que podemos usar para apagar besteiras ou momentos ruins sem sentirmos nada. Ao percorrera o tempo, tivemos que usar essa borracha para apagar erros. E quando crescemos não a temos mais, temos o tempo.
O tempo é uma borracha podre de apagar feridas. Dar um tempo nas coisas é fazer com que elas corram e esqueça-se de águas passadas.
Porém, nada o que se faz é esquecido. Tudo deixa uma marca, nada se apaga totalmente. Temos que prestar muita atenção antes de dar cada passo, pois na vida não dá para voltar atrás das coisas. Aproveitar cada momento em cada idade. Sonhar? Não, não é o melhor o caminho de seguir. Sonhar é uma festa na prisão.
Amar alguém e ser amado. Dizer “te amo” é uma frase linda de se ouvir, mas um sentimento difícil de entender. Demonstrar o que sentimos é a coisa mais fácil do mundo quando é verdadeiro. Simples gestos mostram isso: um sorriso, um suspiro e até mesmo uma lágrima de felicidade. Devemos perceber isso de uma pessoa quando passamos a gostá-la para que não haja maiores sofrimentos, pois tentar não ferir alguém é se ferir a si mesmo. Essa ferida origina carência que causa traições.
Trair alguém não significa falta de lealdade, e sim, falta de sentimento. O amor uni fronteiras e supera obstáculos. Quando dois corações se unem, os sujeitos compostos passam a ser simples, eles são subordinados.
Então, traição é a busca de alguém que nos tentamos encontrar. É a busca do amor, a sobra da carência.
Arrependimento? É um dos piores sentimentos de se sentir, pois não podemos voltar atrás e pensar denovo. Não somos mais crianças para apostar em pessoas. Devemos nos conformar que estávamos errados naquele insólito momento e tentá-lo corrigir. Será que fiz isso por carência? Por falta de amor?
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